Como escolher o seu local de parto na Alemanha ou Áustria

Depois de descobrir uma gravidez, há algumas decisões importantes a serem tomadas na Alemanha e Áustria - como onde você vai ter o neném.

Como escolher o seu local de parto na Alemanha ou Áustria
Photo by Rebekah Vos / Unsplash

O teste de gravidez positivo para uma gravidez planejada ou desejada vem com uma mistura de emoções - dentre elas, é normal que a pessoa grávida sinta medo, ansiedade ou apreensão. Esses sentimentos se multiplicam para pessoas que vivem em outro país, onde não se fala sua língua nativa e longe de (ao menos boa parte) sua rede de apoio.

Passei por isso como imigrante brasileira na Áustria. Nunca na vida tinha pensado que teria um filho no exterior - muito menos em um país onde se fala alemão. A descoberta da gravidez, embora feliz, foi também aterrorizante. 

Sim, há muita burocracia, as informações nem sempre são claras e as pessoas nem sempre simpáticas. A boa notícia é que tomando um passo de cada vez é possível fazer tudo - desde aprender o que faz uma Hebamme até finalmente registrar seu recém-nascido, mais um brasileirinho (ou português? ♥️) na Alemanha ou Áustria.

Neste post, vamos falar um pouquinho sobre como escolher o local de parto na Alemanha ou Áustria já que há algumas opções.

Onde eu posso dar à luz?


Se você mora em uma cidade grande, como Viena ou Berlim, onde há várias opções de hospitais, então essa vai ser uma questão importante - e mais cedo do que a gente imagina.

Para mim, foi muito estressante ter de navegar a escolha de onde parir tão cedo na gestação. Em Viena, existem alguns hospitais públicos (dando nomes aos bois: St Josef) mais concorridos e onde as grávidas fazem registro para parto praticamente assim que descobrem que estão grávidas.

Antes de mais nada, é preciso decidir se você quer dar à luz em casa, em um centro de partos ou em um hospital. E, se for um hospital, precisa decidir se será um público ou um privado. Uma casa de partos normalmente é gerida e mantida por parteiras e tem a vantagem de ser, supostamente, mais humanizada e menos intervencionista do que um hospital. 

Já o hospital te dá a vantagem de ter aquele apoio médico em caso de emergências, com a desvantagem de ser menos pessoal e possivelmente mais intervencionista. 

Eu cheguei a cogitar um parto em casa, mas recebi oposição forte do parceiro e da minha família - e não quis ter que convencê-los da segurança de um parto em casa (quem sabe no segundo? rs) e nem correr o risco de ter gente estressada (mais do que o normal) durante meu parto.

O mesmo argumento que me afastou de casas de parto foi o que me afastou de hospitais privados: caso acontecesse algo e o neném precisasse ir para uma unidade neonatal, ele teria de ser transferido. A decisão é extremamente pessoal e talvez com mais tranquilidade agora teria tomado uma diferente (afinal, minha gestação foi tranquila, estávamos saudáveis até o último momento…). 

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Em Viena, cheguei a visitar um hospital privado, o Döbling, que era lindo e cheio de pontos positivos. O preço para parto e estadia estava por volta de €3.000 a €4.000 (valores de 2023), o que achei bem menos caro do que estava esperando.

No fim das contas, optei por ir para um hospital público e escolhi o mais perto da minha casa, que era relativamente novo e moderno e tinha um centro neonatal. Em Viena e em outras cidades, é possível comparar os hospitais no site oficial da saúde pública, que disponibiliza dados como taxa de cesária e de episiotomia, por exemplo.

Para escolher, você na verdade faz o pré-registro e só depois de algumas semanas saberá se conseguiu a vaga. Em Viena, é possível selecionar três hospitais (em ordem de preferência) e as vagas são alocadas segundo alguns critérios, principalmente quão cedo você se registrou e quão perto mora do hospital da sua escolha.

De novo, a decisão é extremamente pessoal, mas saiba que dependendo da cidade onde você mora essa será uma decisão super importante que precisará ser feita entre as semanas 8 e 12 de gestação - ou até antes.