O que é a vacina do carrapato que devemos tomar na Alemanha, Áustria e Suíça?
Muitos brasileiros chegam na Europa e nunca ouviram falar da tal "vacina do carrapato". Confira do que se trata e porque ela é importante.
No começo da primavera, é bem comum que os países na Europa iniciem campanhas de vacinação para a chamada "vacina do carrapato". Na Alemanha, Áustria e Suíça, essa vacina é conhecida como FSME ou Zecken-Schutzimpfung.
A vacina protege contra a Frühsommermeningoencephalitis (FSME), uma doença de infecção viral que é transmitida pela mordida de carrapatos infectados. Ela causa inflamação no cérebro e meningite. Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça, náusea e vômitos - e a doença pode progredir para casos mais severos.
Não há tratamento específico ou cura para a doença, a única coisa a ser feita é tentar aliviar os sintomas.
O vírus só está presente em países europeus (e em menor grau na China e no Japão). Por isso, não é uma doença ou uma vacina comum no Brasil.
Só que, segundo a professora Ursula Kunze, do Centro de Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade de Viena afirmou para o The Local (matéria minha, em inglês), a Áustria é um país "altamente endêmico" para a doença e "o baixo número de casos se deve apenas ao fato de termos uma alta taxa de vacinação".
Na Alemanha, há alguns estados (especialmente no sul) onde a doença é mais prevalente. Você pode conferir o mapa AQUI.
Entretanto, a vacina é recomendada mesmo se você for passar umas férias curtas em uma região de risco. Ou seja, vale a pena conversar com o seu médico sobre a possibilidade de se vacinar preventivamente mesmo não morando em uma área de risco alto para FSME.
Por que devo me vacinar?
A vacina é a única maneira médica de se proteger contra a doença, segundo a especialista. Mesmo adotando métodos para evitar ser mordido por um carrapato (como usando repelentes e vestindo calças longas), o risco ainda é muito alto e a vacina é segura.
Os carrapatos não estão apenas em áreas isoladas e florestas, mas podem ser encontrados em jardins, parques e quaisquer áreas com vegetação, mesmo em grandes cidades. Além disso, os animais ficam mais ativos desde o início da primavera até o final do outono, mas essa janela está se expandindo conforme as temperaturas aumentam e os invernos ficam mais amenos por aqui.
O esquema de vacinação na Áustria e Alemanha inclui três doses básicas para adultos e crianças e boosters subsequentes. Confira:
Vacina para crianças
- Primeira dose: após o primeiro aniversário
- Segunda dose: quatro semanas depois da primeira
- Terceira dose: depende da vacina, pode ser de cinco a 12 meses ou 9 a 12 meses depois da segunda
A primeira dose de reforço vem três anos após o fim da rodada básica. Depois disso, a vacina deve ser tomada a cada cinco anos.
Vacina para adultos
- Primeira dose: a qualquer momento
- Segunda dose: quatro semanas depois da primeira
- Terceira dose: depende da vacina, pode ser de cinco a 12 meses ou 9 a 12 meses depois da segunda
A primeira dose de reforço vem três anos após o fim da rodada básica. Depois disso, a vacina deve ser tomada a cada cinco anos (ou a cada três anos para quem tiver mais de 60).
A proteção começa aproximadamente duas semanas após a segunda dose e a vacina tem quase 100% de eficácia.
Na Suíça, a recomendação é para que pessoas tomem a vacina a partir dos seis anos (geralmente) se elas estiverem em áreas de risco (toda a Suíça exceto Geneva e Ticino são áreas de risco).
Como tomar a vacina?
O acesso e preço das vacinas varia muito entre os países.
Na Alemanha, por exemplo, a vacina faz parte das gratuitas para quem tem os planos de saúde estatutários e pode ser tomada pelos serviços municipais ou no seu médico de família.
Já na Áustria, é preciso pagar pela vacina, que custa entre €20 e €40 nos postos de saúde municipais. Também é possível encontrar a oferta em alguns médicos de família.
Para quem está em Viena, o mais simples é se cadastrar para pelo site oficial Impfservice Wien.
"Vacine-se, independentemente do seu local de residência ou da duração da sua estadia. Quando se entra em contacto com a natureza, há um possível risco de infecção", disse a professora Kunze.
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